O tema inclusão tem levantado inúmeros debates evidenciando posições
polêmicas e controversas entre os educadores e especialistas. Há quem defenda a
inclusão de todos os alunos em classes comuns, inclusive àqueles com algum tipo
de deficiência, dispensando desta forma, serviços de apoio e recursos
auxiliares, outros se posicionam e vêem a inclusão como inviável e utópica em
nossa realidade educacional. Mas também, há escolas que estão preparadas para a
inclusão, seguindo a proposta da política educacional “educação para todos”, como
há escolas que não se prepararam para atender a diversidade, e de forma
subjetiva, defendem o ingresso nas escolas especiais. No dia 21 de março foi
comemorado o Dia Internacional do Portador da Síndrome de Down, e o tema retornou
ao debate no meio pedagógico. Em que pese a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – MEC, já ter garantido o direito do deficiente em freqüentar
escolas regulares, há uma dificuldade em adaptar-se ao texto legal diante de
inúmeras barreiras que precisam ser superadas. Garantir a freqüência e o acesso
pela Lei, não garante a competência da escola, nem o que irão aprender, e o que
lá será ensinado, e muito menos que terão equiparadas suas oportunidades de corresponder
todas as suas necessidades. Além de outro debate sobre o papel da escola
pública e o da escola particular, esta última, se permite no seu Projeto
Político Pedagógico definir sua vocação, muitas vezes direcionada para o padrão
de excelência definido pela sociedade, sem considerar a proposta inclusiva, mas
uma coisa é certa, não se pode continuar a defender que a criança é que deve se
adaptar às exigências escolares, mas sim o contrário, ou seja, a escola, sendo
ela pública ou particular, é que deve se adaptar às condições do aluno. Será
ingênuo também pensar que só a integração escolar produzirá, automaticamente, a
total integração social dos portadores de deficiência, pois os mecanismos
segregacionistas estão de tal forma, sedimentados em nossa sociedade, que
talvez demore algum tempo ainda para serem, pelo menos, minimizados. Muitas
pessoas confundem deficiência mental (Síndrome de Down) com doença mental
(Psicose), porque os termos deficiência e doença são distintos. A construção do
conhecimento para quem tem deficiência mental é mais lenta, porém a compreensão
de mundo é compatível com qualquer pessoa, dita normal. Os alunos com
deficiência não são problemas: esses alunos são pessoas que apresentam desafios
à capacidade dos professores e das escolas para oferecer uma educação inclusiva,
respeitando a necessidade de cada um. Evidente, que não se trata de tarefa
fácil, mas este sim é o desafio. Não há, porém, uma “receita”, as crianças são
diferentes entre si, tanto acerca da sua personalidade, quanto em relação aos
diversos interesses, habilidades e necessidades, mas o amor e o respeito ao
próximo, é capaz de superar qualquer deficiência e obstáculo... SEMPRE!
Aldo Dolberth