terça-feira, 25 de janeiro de 2011

RÁDIO MARIA ROSA-FM no Congresso da ABRAÇO


Dentre a delegação de Santa Catarina, presente no VII Congresso Nacional da Associação Brasileira das Rádios Comunitárias – ABRAÇO, realizada no Museu Nacional na cidade de Brasília – DF nos dias 20 a 22 de janeiro de 2011, estiveram representando a Rádio Comunitária Maria Rosa-FM de Curitibanos no evento, Aldo Dolberth e Inês Fortes Pereira. O Congresso reuniu delegações de todo o Brasil para unificar o movimento das Rádios Comunitárias, eleição e posse da nova Diretoria, debater temas como: A Valorização da cultura local; Sustentabilidade das Rádios; I – Encontro do coletivo de Mulheres dirigentes de Rádios Comunitárias; Questões jurídicas; Digitalização e Inovação tecnológica; Conferência Nacional das Comunicações; Relação com os poderes constituídos; Grade de Programação; O Papel do parlamento na democratização das comunicações; A relação com outros movimentos sociais etc. A delegada Inês Fortes Pereira coordenou a mesa dos trabalhos no momento da instalação do Coletivo das Mulheres dirigentes das Rádios Comunitárias e garantiu vaga como suplente na Direção Nacional. Um destaque do Congresso foi a ocupação feita por um grupo de delegados no prédio do Ministério das Comunicações, que exigia uma audiência com o Ministro Paulo Bernardo para receber a pauta de reivindicações do movimento das Rádios, que querem a anistia aos comunicadores e dirigentes criminalizados pela Polícia e Justiça Federal, Fim da cobrança do ECAD, Desburocratização das concessões das Rádios, aumento de potência para as emissoras, Aumento de Canais, Fim da proibição de veiculação de publicidade. Na ocasião o Ministério recebeu uma comissão negociadora e acertou para o outro dia, a ida do Secretário Executivo do MiniCom Cezar Alvarez, que assim o fez, para receber todas as reivindicações e explicações pertinentes, uma vez que a Presidenta Dilma Roussef já havia determinado ao Ministro dar maior atenção ao movimento das rádios comunitárias.          
 
 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

TURISMO


O turismo tornou-se uma excelente fonte de geração de emprego e renda, por isso, há algumas décadas, tem despertado o interesse de muitas cidades e prefeitos para este tema, o que não ocorre com a devida atenção na cidade de Curitibanos que conta com um potencial enorme para se desenvolver. O Turismo está baseado em quatro eixos: Histórico/Cultural, Religioso, Belezas Naturais e Eventos, a combinação de investimentos nestes principais eixos tornará uma cidade turística. O primeiro passo é elaborar um planejamento integrado com todas as potencialidades existentes, apresentar aos empresários locais para direcionarem investimentos na área de hotelaria, restaurantes etc, além dos investimentos públicos em infra-estrutura, com etapas para culminar com uma campanha publicitária atraindo pessoas de todas as regiões do país. Curitibanos têm o privilégio de agregar todos os eixos para desenvolvimento do turismo, foi palco de três importantes fatos históricos que foram a Revolução Farroupilha (1840), a Revolução Federalista (1895) e a Guerra Sertaneja do Contestado (1912-1916), fatos estes desconhecidos, inclusive pela população local, onde poderiam ser construídos monumentos para visitação, marcos, valorizar o museu, editar publicações a respeito. Também, na questão histórica não se pode deixar de criar monumentos, ruas, vilas, alusivas ao Tropeirismo. Apartir deste cenário, muitos eventos estaduais poderiam ser criados, alusivos às significativas datas, com cavalgadas, torneio de laços, trilhas ecológicas para caminhadas ou Motocross, evento com Jipeiros, pistas, e realização de provas de ciclismo, carrinhos de rolimã, skates etc, Copa disso, ou daquilo, e outros campeonatos. Urge a construção de um Centro de Eventos multiuso, com capacidade para 4000 pessoas, devido à privilegiada localização geográfica, sendo assim, poder-se-ia sediar Encontros, Seminários, Convenções, Teatros, apresentações musicais, Shows, Danças, outros espetáculos, e muitos eventos ligados à área da Educação e Cultura, pois Curitibanos tende a tornar-se pólo educacional, trazendo pessoas e divisas para a cidade. A Etnia do seu povo é outra riqueza, e muitos eventos alusivos às culturas germânicas, italianas, japonesas, caboclas poderiam ser realizadas.  Ainda inexplorado, o artesanato local além de atração turística, poderia ser uma excelente fonte de renda. Curitibanos no seu entorno, possui belezas naturais inexploradas. Encontra-se na fase de construção, aproximadamente sete pequenas usinas hidrelétricas na bacia hidrográfica do Rio Canoas, permitindo a possibilidade de investimentos para camping, lazer, pesca, esportes aquáticos, pousadas, turismo rural etc. Se a cidade oferecer infra-estrutura de qualidade, além das possibilidades elencadas, passará a também sediar eventos religiosos, hoje atraindo milhares de pessoas que trarão mais divisas para nossa cidade. O Ministério do Turismo dispõe de recursos para financiar projetos em parceria com os municípios. Se tivéssemos a grandeza de apresentar um único projeto para a construção de uma VILA DOS TROPEIROS, numa área do interior disponibilizada pelo município, como se fosse uma cidade cinematográfica, reproduzindo lá arquitetura da época, estilo rústico, restaurante com comidas típicas, passeios a cavalo, todo o histórico do Tropeirismo, trajes típicos, fogo-de-chão, instrumentos utilizados, montarias, galpão, apresentações artísticas etc, ou uma PRAÇA DO CONTESTADO, com monumentos e estátuas dos principais nomes da história, etc., tenho certeza de que o Ministério liberaria recursos para tal, e desta maneira teríamos um bom começo para desenvolver o turismo por aqui.    

Aldo Dolberth

CULTURA


Certa ocasião ouvindo o comentário pejorativo de uma Senhora, destas que ajudam promover a Cultura, achando o cúmulo ter ouvido um determinado caboclo, que se apresentava numa emissora de Rádio como trovador, cantador, amante da música gaúcha, e no seu jeitão caboclo de se expressar, dizia estar muito contente colaborando com a “nossa curtura”. A mesma Senhora que fez o deboche, noutro dia, numa reunião de sociedade, defendia uma apresentação cultural muita linda para o ato de inauguração de uma obra pública, e a sua sugestão era a apresentação com o Coral da cidade, interpretando a música Imagine de John Lennon. A partir daí, comecei a questionar o que se pode considerar como CULTURA? - A apresentação do Caboclo do Contestado na Rádio, ou a apresentação do Coral com uma música estrangeira, cuja tradução nem os próprios cantores sabiam o significado? - Segundo Edward Tylor, etnólogo e antropólogo, a cultura é o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade. Portanto, a cultura se dá através de todas as formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comuns, se apresentam como a identidade desse povo. A Cultura se expressa na abstração, somente na mente das pessoas, com seus símbolos, padrões artísticos e mitos, como na materialidade, através de obras de arte, dança, música, escritos, ferramentas e outros, ou também de adaptação, com mudança de hábitos, evolução biológica, climáticas etc. Além disso, a cultura é um mecanismo acumulativo de experiências, com modificações trazidas por uma geração, que passam à geração seguinte, de modo que a cultura transforma-se, perdendo e incorporando aspectos mais adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações. Um exemplo de vantagem obtida através da cultura é o desenvolvimento do cultivo do solo, para o homem ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos, minimizando os efeitos de escassez, da culinária etc. Diante deste complexo para definir e entender de fato a Cultura de um povo, ouso afirmar, comparando os exemplos citados, que o Caboclo do Contestado, mesmo não falando corretamente a língua européia introduzida na nossa cultura, mas pela forma da sua expressão e musicalidade, contribui sobremaneira com a cultura originária. Quanto à apresentação na tentativa de introduzir uma cultura estrangeira em nosso povo, pode até parecer mais bonita, diferente para a ocasião, mas definitivamente, nada tem haver conosco, nosso jeito e a nossa cultura, traduz apenas a sinalização do início da perda da nossa identidade, e a promoção da cultura estrangeira.

                                                                                                                      Aldo Dolberth          


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Balança Comercial brasileira em 2010


 
Econ. Antonio Carlos Popinhaki

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial brasileira bateu um recorde de quatro anos e cinco meses. O superávit em dezembro foi de 5,36 bilhões de dólares. Este valor foi apenas superado em julho de 2006 quando o resultado das importações contra as exportações do país chegou ao patamar de 5,36 bilhões de dólares.
O curioso é que em novembro de 2010 o superávit foi de meros 311 milhões de dólares. Por este resultado subentende-se que os brasileiros terminaram o ano a todo vapor nas exportações. Isto é notório, porque a paridade do dólar frente o real está em baixa, o que, segundo alguns exportadores setoriais, têm dificuldades de competição, no mercado internacional, frente aos custos de produção enfrentados.  O que se aprende com estes resultados é que o Brasil está se modernizando, com maior eficiência administrativa. Administradores graduados e pós-graduados, muitos com MBA em administração, traçando planejamento com competência, planilhas de custos detalhadas, e, sobretudo, a regularidade dos embarques são responsáveis por este superávit.
No ano de 2010, o superávit da balança comercial foi de 20,27 bilhões de dólares. Não é um dos melhores resultados dos últimos anos, mas está acima das previsões dos economistas de muitos bancos que previam um superávit de 15 a 17 bilhões de dólares.
As possíveis causas apontadas são efetivamente, o dólar barato e o crescimento do emprego e da renda. Isto faz com que os brasileiros possam comprar mais, viajar mais e importar mais, tornando-os mais exigentes e consumistas. As compras no exterior ficam mais baratas, enquanto as exportações brasileiras ficam mais caras. Todavia, não há espaço para uma intervenção no sistema cambial como no passado. Já escutei muitas pessoas em Curitibanos falar que o Governo deveria desvalorizar o Real frente o Dólar. Isto iria à contramão do mundo, pois o dólar tem se desvalorizado em quase todos os países nos últimos anos. Além do mais, remédios, alimentos que tem seus preços regulados em dólar, aumentariam sensivelmente, inflacionando o mercado interno brasileiro. Isto seria um caos.
No caso dos exportadores, principalmente os que mais sofrem com a desvalorização do dólar, a minha dica é, tentar de todas as formas minimizarem os custos. Fazer projetos de viabilidade continua, levando em consideração todos os componentes, inclusive o custo de oportunidade.
Curitibanos já foi um grande polo exportador, principalmente madeireiro. Só que os tempos são outros agora. O extrativismo desenfreado acabou. Trazer madeira da Amazônia para processar aqui tem um custo demasiadamente alto. É viável isso?
Os números mostram que no ano passado, segundo números do governo federal, tanto as exportações quanto as importações bateram recordes históricos. A diferença é que as importações avançaram bem mais do que as vendas externas - fator que contribuiu para a deterioração do saldo comercial.
Os tempos são outros. Mesmo se olharmos no gráfico, notaremos que nos últimos três anos houve uma considerável mudança na tendência do saldo da balança comercial. Fica este alerta aos exportadores de Curitibanos.