quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dilma é a terceira mulher mais poderosa do mundo na lista da Forbes.


Agência Brasil!

A presidente Dilma Rousseff é a terceira mulher mais poderosa do mundo, segundo lista divulgada nesta quarta-feira pela revista Forbes. A revista qualifica a ascensão de Dilma ao poder como "notável", fala sobre a prisão de Dilma durante o regime militar e comenta a mudança de rumo para uma visão mais "pragmática e capitalista ao assumir o ministério das Minas e Energia.

As duas primeiras posições na lista também são ocupadas por mulheres atuantes na política: a chanceler alemã Angela Merkel é a mulher mais poderosa do mundo e a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, a segunda. A lista segue com a executiva-chefe da Pepsi Co, Indra Nooyi, e com a chefe de operações (COO) do Facebook, Sheryl Sandberg.

Também aparecem entre as 10 mais poderosas a primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, a diretora-presidente do FMI, Christine Lagarde, e a presidente da Índia, Sheryl Sandberg.

Segundo a Forbes, a revista selecionou um grupo preliminar de cerca de 200 candidatos pelos mundo e selecionou as 100 mulheres mais influentes de seis categorias: bilionárias, executivas, estilo de vida (entretenimento e moda), mídia, organizações sem fins lucrativos e política. Para determinar a posição no ranking, a revista aplicou critérios ligados a recursos, projeção em mídias sociais e tradicionais e poder.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

DEMOCRACIA PARTICIPATIVA


Poucos sabem que os Programas do Governo Federal a partir de 2003 foram formulados e decididos com a participação direta de milhões de brasileiros, por meio de inúmeros canais criados ou ampliados para consolidar a democracia participativa no país. Mais de 70 conferências nacionais temáticas foram realizadas para debater políticas públicas, envolvendo em seus vários níveis, cerca de cinco milhões de pessoas. Programas como: PAC I e II; Programa Nacional de Habitação – Minha Casa minha Vida 1 e 2; Plano de expansão das Universidades Públicas – Prouni - Reuni; a Criação do Sistema Único de Assistência Social (Suas); Políticas afirmativas contra a discriminação racial, de mulheres e minorias sexuais; Programas da Agricultura Familiar; Programas de geração de Emprego e Renda, Inclusão Social, Saúde, Educação, Meio Ambiente, Segurança Pública, Juventude e outros, envolveram a participação popular na elaboração, implementação e fiscalização das políticas públicas. A maior mudança nesse processo democrático, segundo Roberto Pires, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, é que "estes espaços de participação têm gerado oportunidades para atores sociais, grupos, movimentos, associações localizarem suas demandas. São grupos que, freqüentemente, por representarem minorias políticas, têm grande dificuldade de levar suas demandas aos legisladores e formuladores de políticas públicas". Mas as Conferências Nacionais não foram os únicos canais de participação ampliados nos últimos anos. Dos 61 conselhos nacionais de políticas públicas com participação popular existentes, 33 foram criados ou recriados (18), ou democratizados (15) desde 2003. Hoje, 45% de seus membros são do governo e 55% da sociedade civil, incluindo, dependendo do caráter do conselho, representantes do setor privado e dos trabalhadores em geral ou de dado setor, da comunidade científica, de instituições de ensino, pesquisa ou estudos econômicos, assim como por organizações de jovens, mulheres e minorias. A política de valorização permanente do salário mínimo, que assegura ganhos reais anuais, também foi fruto de ampla negociação com todas as centrais sindicais brasileiras. A mesma lógica participativa está no diálogo com os movimentos sociais, a exemplo do Grito da Terra, Marcha das Margaridas, Congresso da ABRAÇO e outros. Essa mobilização e participação popular, originou-se com a experiência do orçamento participativo, implementada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em Porto Alegre a partir de 1989 e, posteriormente, estendida para 192 cidades, nem todas administradas pelo PT. Já que os bons exemplos nem sempre vem de cima, os espaços criados de participação popular são ótimos exemplos que vem de baixo, e uma nova concepção de democracia está sendo construída no Brasil. 

Aldo Dolberth

terça-feira, 9 de agosto de 2011

ROMARIA DA TERRA E DA ÁGUA

No dia 11 de setembro do corrente ano, acontecerá a 22ª edição da Romaria da Terra e da Água, na cidade de IRANI, Meio Oeste catarinense, às margens da BR-153, km 64, a cargo da Diocese de Joaçaba. A escolha do local é muito simbólica, pois, parte da história do Contestado foi vivenciada naquele local, onde ocorreu o primeiro combate, o “Combate de Irani”, no dia 22 de outubro de 1912, com a morte do líder José Maria e militares do Paraná, sendo considerada uma grande vitória dos caboclos na Guerra. Hoje já é consenso na maioria dos historiadores que o motivo da Guerra do Contestado, não foi pela disputa de território do Paraná e Santa Catarina, até por que a região contestada teve seu embate somente na esfera dos Tribunais, e lá foi resolvida. O motivo do conflito Sertanejo foi a expulsão dos caboclos de suas terras. Esta expulsão se deu como uma das principais conseqüências das atividades econômicas promovidas pela grande empresa estrangeira, ligadas à extração madeireira e a construção da ferrovia, com apoio do governo brasileiro. Também, se juntaram ao lado dos caboclos, os ex-operários da construção da estrada de ferro, e os dispensados de serrarias, ou fugitivos. Com apoio e aprovação do Estado, as empresas se instalaram, e se apropriaram das terras e das riquezas naturais. Politicamente, na região imperavam práticas sociais e políticas conhecidas como “coronelismo”. O “sistema de compadrio” foi permeando as relações de dominação de classe e a cultura política da época. Outra razão simbólica do local é o resgate do próprio nome da cidade, cujo significado é originário do rio que banha o município, e que na língua tupi-guarani, significa mel envelhecido, com isso, o nome Irani tem relação com a beleza e riqueza da fauna, da flora, o remédio natural, o alimento e a vida, valores cultuados pelos povos originários Kaigangs e Guaranis. Romaria é um momento de reflexão para todos os romeiros e romeiras sobre a vida, a terra, a água e, principalmente, uma reflexão que se faz necessária da própria Igreja Católica como instituição, que naquele episódio da história, fez a opção pelos ricos, mandatários e coronéis, responsáveis pela exploração do caboclo sertanejo, destruição das matas e a apropriação das terras de toda a região em litígio. É importante ressaltar a presença da fé junto aos caboclos naqueles tempos de duras lutas, dos Monges João Maria de Agostinho, João Maria de Jesus, José Maria, a Virgem Maria Rosa e outras lideranças do Contestado. Essas pessoas eram animadoras, orientadoras e provocadoras de práticas de partilha. Foram sustentáculos dos pobres, alimentando a luta através da fé, da oração, das devoções populares, convidando o povo para rezar contra a fome, a peste e a guerra, enfim, na defesa da vida. Por isso, João Maria é reconhecido pelo povo caboclo como “São João Maria” e, ainda hoje são encontradas fontes de água que ele abençoava, e a cruz de cedro nos lugares por onde ele passou. Ao contrário do representante da Igreja, Frei Rogério Neuhaus que benzia os fuzis dos soldados do exército para o genocídio de Taquaruçu. Os caboclos, cristãos de fé e princípios, não encontraram na Igreja e no Estado o apoio merecido, daí o apego aos líderes messiânicos. A 22ª Romaria da Terra e da Água é uma das vozes da profecia, denunciando todas as formas de destruição do planeta e anunciando a possibilidade de desenvolver a ética do cuidado em preservar as vidas ameaçadas. Para salvarmos o planeta, há necessidade de mudarmos nosso comportamento cotidiano, e colocar em prática os seguintes verbos: REDUZIR (usar menos água, luz, carro...); REUTILIZAR (usar até terminar – usar de maneira diferente); RECICLAR (fazer coleta seletiva); RECUSAR (o que for supérfluo); e finalmente, REPENSAR (o comportamento cotidiano e ético, não servindo a dois Senhores).



Aldo Dolberth