quarta-feira, 28 de março de 2012

INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

O tema inclusão tem levantado inúmeros debates evidenciando posições polêmicas e controversas entre os educadores e especialistas. Há quem defenda a inclusão de todos os alunos em classes comuns, inclusive àqueles com algum tipo de deficiência, dispensando desta forma, serviços de apoio e recursos auxiliares, outros se posicionam e vêem a inclusão como inviável e utópica em nossa realidade educacional. Mas também, há escolas que estão preparadas para a inclusão, seguindo a proposta da política educacional “educação para todos”, como há escolas que não se prepararam para atender a diversidade, e de forma subjetiva, defendem o ingresso nas escolas especiais. No dia 21 de março foi comemorado o Dia Internacional do Portador da Síndrome de Down, e o tema retornou ao debate no meio pedagógico. Em que pese a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – MEC, já ter garantido o direito do deficiente em freqüentar escolas regulares, há uma dificuldade em adaptar-se ao texto legal diante de inúmeras barreiras que precisam ser superadas. Garantir a freqüência e o acesso pela Lei, não garante a competência da escola, nem o que irão aprender, e o que lá será ensinado, e muito menos que terão equiparadas suas oportunidades de corresponder todas as suas necessidades. Além de outro debate sobre o papel da escola pública e o da escola particular, esta última, se permite no seu Projeto Político Pedagógico definir sua vocação, muitas vezes direcionada para o padrão de excelência definido pela sociedade, sem considerar a proposta inclusiva, mas uma coisa é certa, não se pode continuar a defender que a criança é que deve se adaptar às exigências escolares, mas sim o contrário, ou seja, a escola, sendo ela pública ou particular, é que deve se adaptar às condições do aluno. Será ingênuo também pensar que só a integração escolar produzirá, automaticamente, a total integração social dos portadores de deficiência, pois os mecanismos segregacionistas estão de tal forma, sedimentados em nossa sociedade, que talvez demore algum tempo ainda para serem, pelo menos, minimizados. Muitas pessoas confundem deficiência mental (Síndrome de Down) com doença mental (Psicose), porque os termos deficiência e doença são distintos. A construção do conhecimento para quem tem deficiência mental é mais lenta, porém a compreensão de mundo é compatível com qualquer pessoa, dita normal. Os alunos com deficiência não são problemas: esses alunos são pessoas que apresentam desafios à capacidade dos professores e das escolas para oferecer uma educação inclusiva, respeitando a necessidade de cada um. Evidente, que não se trata de tarefa fácil, mas este sim é o desafio. Não há, porém, uma “receita”, as crianças são diferentes entre si, tanto acerca da sua personalidade, quanto em relação aos diversos interesses, habilidades e necessidades, mas o amor e o respeito ao próximo, é capaz de superar qualquer deficiência e obstáculo... SEMPRE!                       

Aldo Dolberth

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