sexta-feira, 8 de abril de 2011

LIVROS PARA TODOS OS GOSTOS


Encontrei este título num artigo da revista “Fique de Olho” de abril de 2011, na página 19, destinada a publicidade da Prefeitura Municipal de Curitibanos. Ao ler as linhas, fiquei surpreso com a declaração da bibliotecária responsável pela Biblioteca Municipal de Curitibanos. Ela disse que são atualmente emprestados em média, cerca de 20 livros por dia naquela repartição pública.
Justifico a minha surpresa. No meu ponto de vista, a biblioteca está “escondida” naquele prédio. Fica de acesso favorável apenas aos moradores do bairro São José e imediações. Sem medo de errar, ouso afirmar que, muitos alunos têm dificuldade de utilizar o “vasto” acervo da mesma. De acordo com o texto, são mais de 18 mil títulos, entre livros e material de pesquisa.
O local já foi de muita movimentação no passado. Nos anos 80 e 90 abrigava o CESEC - Centro de Processamento de Dados do Banco do Brasil. Trabalhei lá entre os anos de 1990 e 1991 como estagiário do Banco do Brasil. Diziam alguns naquela época, que entre funcionários e estagiários, havia cerca de 300 pessoas à disposição do banco. O atendimento era para cerca de 50 municípios ao redor. Os tempos mudaram. Os tomadores de decisão do banco entenderam que o sistema utilizado estava obsoleto. E que não era mais necessário os serviços utilizados até então. Isso, devido à rapidez do avanço tecnológico, que explodira e multiplicara nos anos 90. Depois de permanecer fechado e à venda por alguns anos, foi vendido para a Prefeitura Municipal de Curitibanos.
Com a compra do prédio junto ao Banco do Brasil, o Prefeito Municipal, optou por instalar naquele local algumas Secretarias Municipais. Sempre achei que foi um erro muito grande terem confinado a Biblioteca Municipal nas instalações do antigo CESEC. Como instrutor de “curso de informática” e cursos de “Práticas Administrativas e Pessoais”, ouço invariavelmente reclamações de meus alunos. Estes estudam em vários estabelecimentos educacionais do município de Curitibanos. De modo informal, gosto de pedir para os jovens cultivarem o hábito da boa leitura. Oriento os mesmos a procurarem livros numa biblioteca. Em resposta, eles refutam que há dificuldade para se locomoverem até a Biblioteca Pública Municipal. Nesta mesma semana, houve o caso de um aluno do meu curso de informática, que foi até a biblioteca emprestar um livro e “não tinha ninguém” para entregar o referido.
Outro problema que eu percebo, é que a Biblioteca Pública Municipal não deve atender somente a alunos de instituições de ensino fundamental e ou de ensino médio. Mas atender a população em geral. A fatia de não estudantes deve ser inserida na relação de clientes da repartição. Muitos adultos gostam de uma boa leitura. Então, justifico que se a biblioteca estivesse mais acessível, num local mais próximo do centro da cidade, muitas pessoas aproveitariam para fazer uma visita, com o objetivo de engrandecer o conhecimento através das páginas dos livros, das revistas e mesmo, dos jornais do acervo.
Quando eu era mais jovem, morei por certo tempo numa cidade no interior da ilha do Marajó, no Pará. O nome da cidade é Breves. Lá tinha uma biblioteca que ficava na parte central da área urbana. Eu sempre ia de manhã até a biblioteca para ler o jornal e saber as novidades. Enquanto permaneci naquele local, me habituei a isso. Era muito gostoso aquele tempo.
Conheço pessoas em nossa Curitibanos, que vão na parte da manhã até algumas empresas apenas para ler o jornal. São frequentadores cativos. Tem um caso que me chama a atenção de um bar no centro da cidade. Este estabelecimento possui a assinatura do jornal estadual. Alguns clientes que frequentam diariamente o estabelecimento,  vão até lá para conferir as últimas notícias impressas.
Quanto ao problema que a bibliotecária citou na parte final do artigo publicitário, de que algumas pessoas pegam os livros emprestados e não devolvem. Isso é uma questão de competência administrativa. Tudo é questão de saber organizar e utilizar os recursos certos que com certeza a Prefeitura Municipal dispõe.
Por: Antonio Carlos Popinhaki

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