terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Balança Comercial brasileira em 2010


 
Econ. Antonio Carlos Popinhaki

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial brasileira bateu um recorde de quatro anos e cinco meses. O superávit em dezembro foi de 5,36 bilhões de dólares. Este valor foi apenas superado em julho de 2006 quando o resultado das importações contra as exportações do país chegou ao patamar de 5,36 bilhões de dólares.
O curioso é que em novembro de 2010 o superávit foi de meros 311 milhões de dólares. Por este resultado subentende-se que os brasileiros terminaram o ano a todo vapor nas exportações. Isto é notório, porque a paridade do dólar frente o real está em baixa, o que, segundo alguns exportadores setoriais, têm dificuldades de competição, no mercado internacional, frente aos custos de produção enfrentados.  O que se aprende com estes resultados é que o Brasil está se modernizando, com maior eficiência administrativa. Administradores graduados e pós-graduados, muitos com MBA em administração, traçando planejamento com competência, planilhas de custos detalhadas, e, sobretudo, a regularidade dos embarques são responsáveis por este superávit.
No ano de 2010, o superávit da balança comercial foi de 20,27 bilhões de dólares. Não é um dos melhores resultados dos últimos anos, mas está acima das previsões dos economistas de muitos bancos que previam um superávit de 15 a 17 bilhões de dólares.
As possíveis causas apontadas são efetivamente, o dólar barato e o crescimento do emprego e da renda. Isto faz com que os brasileiros possam comprar mais, viajar mais e importar mais, tornando-os mais exigentes e consumistas. As compras no exterior ficam mais baratas, enquanto as exportações brasileiras ficam mais caras. Todavia, não há espaço para uma intervenção no sistema cambial como no passado. Já escutei muitas pessoas em Curitibanos falar que o Governo deveria desvalorizar o Real frente o Dólar. Isto iria à contramão do mundo, pois o dólar tem se desvalorizado em quase todos os países nos últimos anos. Além do mais, remédios, alimentos que tem seus preços regulados em dólar, aumentariam sensivelmente, inflacionando o mercado interno brasileiro. Isto seria um caos.
No caso dos exportadores, principalmente os que mais sofrem com a desvalorização do dólar, a minha dica é, tentar de todas as formas minimizarem os custos. Fazer projetos de viabilidade continua, levando em consideração todos os componentes, inclusive o custo de oportunidade.
Curitibanos já foi um grande polo exportador, principalmente madeireiro. Só que os tempos são outros agora. O extrativismo desenfreado acabou. Trazer madeira da Amazônia para processar aqui tem um custo demasiadamente alto. É viável isso?
Os números mostram que no ano passado, segundo números do governo federal, tanto as exportações quanto as importações bateram recordes históricos. A diferença é que as importações avançaram bem mais do que as vendas externas - fator que contribuiu para a deterioração do saldo comercial.
Os tempos são outros. Mesmo se olharmos no gráfico, notaremos que nos últimos três anos houve uma considerável mudança na tendência do saldo da balança comercial. Fica este alerta aos exportadores de Curitibanos.

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