quarta-feira, 31 de março de 2010

(IN)JUSTIÇA SOCIAL–ECOLÓGICA

Entre tantos problemas que assolam a humanidade, dois são de especial gravidade: a injustiça social e a injustiça ecológica. Ambos devem ser enfrentados conjuntamente se quisermos pôr em rota segura a humanidade e o planeta terra. A injustiça social é coisa antiga, derivada do modelo econômico que, além de depredar a natureza, aumenta o número da pobreza que poderia gerenciar e superar. O atual modelo econômico implica grande acúmulo de bens e serviços de um lado à custa de clamorosa pobreza e miséria de outro. Os dados falam por si: há um bilhão de pessoas que vivem no limite da sobrevivência com apenas um dólar ao dia. E há 2,6 bilhões (40% da humanidade) que vive com menos de dois dólares diários, segundo o escritor Leonardo Boff. As conseqüências são perversas diante desta realidade. A segunda injustiça, a ecológica está ligada à primeira. A devastação e depredação da natureza e o atual aquecimento global afetam todos os países, não respeitando os limites nacionais nem os níveis de riqueza ou de pobreza. Os terremotos, tsunamis, inundações, furacões, desertificação, enxurradas estão cada vez mais freqüentes. Esta injustiça ecológica dificilmente pode ser tornada invisível como a outra, porque os sinais estão em todas as partes, nem pode ser resolvida só pelos ricos, pois ela é global e atinge também a eles. A solução deve nascer da colaboração de todos, de forma diferenciada: os ricos, por serem mais responsáveis no passado e no presente, devem contribuir muito mais com investimentos e com a transferência de tecnologias e os pobres têm o direito a um desenvolvimento ecologicamente sustentável, que os tire da miséria. Soluções existem, mas esbarram na dificuldade da sociedade de mudar estilos de vida e hábitos de consumo. Desenvolver a solidariedade universal, a responsabilidade e o cuidado do planeta, é tarefa emergencial, afinal, não somos os únicos a viver neste planeta nem a usar a biosfera. A atual geração deverá se preocupar com as futuras gerações e no mínimo, deixar um planeta melhor que o encontrado. Não se admite a possibilidade de mudança de hábitos somente após uma grande catástrofe atingindo milhões de pessoas. Em geral, somente após uma desgraça programada é que as pessoas se unem, não vêem diferenças, são solidários e cooperativos, aceitam renuncias e sacrifícios a fim de salvar a pátria e a vida. Não dá para lembrar “de vela benta ou do ramo bento, somente na hora da tormenta,” precisamos nos antecipar e fazer de tudo para salvar o planeta. Ainda dá tempo, mas é necessário atitudes. Comece a partir de hoje a refletir sobre isso e a mudar de hábitos. Lembre-se, a porta da mudança tem uma tramela que fica pelo lado de dentro. Só você pode abri-la.

Aldo Dolberth

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