segunda-feira, 14 de maio de 2012

VEJA!


“A liberdade de imprensa é um bem maior que não pode ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre questão de responsabilidade dos meios de comunicação e, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.” Esta declaração foi da Presidenta da Associação Nacional dos Jornais e executiva do grupo Folha de São Paulo, Maria Judith Brito, esta afirmação apenas explicita de forma categórica, aquilo que já se diagnosticava. Setores da mídia, fazendo o papel de oposição política no país. Do ponto de vista da construção democrática, alguns questionamentos são necessários: 1. A imprensa deve atuar como partido político? 2. É função da ANJ, além de representar legalmente os jornais, fazer o papel de oposição política? 3. Cabe a imprensa mensurar o grau de força ou fraqueza dos partidos de oposição? 4Como conciliar o bom jornalismo, o da busca da verdade, a informação legitima, com a atuação político-partidária? 5. Quando o governo reage ao ataque da “oposição midiática”, estaria ele atacando a liberdade de expressão, ou apenas respondendo a altura e na mesma intensidade o ataque desferido? 6.  Como avaliar se nos governos anteriores, a oposição era ou não fragilizada, ao ponto destes setores fazerem o papel de imprensa “chapa branca”? 7.  Como fica então, o papel dos partidos políticos, as eleições democráticas, o sufrágio universal e secreto que a população demonstra sua aprovação ou desaprovação dos partidos políticos? 8. E quanto ao direito dos leitores de serem livremente informados, que garantia estes terão de que serão informados, de forma justa e o mais imparcial possível? 9A recomendação da presidenta da ANJ e executiva da Folha de São Paulo servem também para os governos estaduais e municipais? 10Como fica no estado e município de São Paulo, a oposição é somente em relação ao governo federal? Outro tema sempre atual é a corrupção, inclusive envolvendo setores da imprensa brasileira, que se esforçam para fazer crer que realmente combatem essa chaga que se espalhou pela sociedadeA corrupção é endêmica ao capitalismo, um não vive sem o outro. E como os donos da grande mídia não propõem uma ruptura com o sistema capitalista, conclui-se que o discurso propagandeado em defesa da ética é falso, oco e vazio. Por isso, o discurso dos comentaristas e o noticiário em geral têm sempre um enfoque moralista, conservador e não revela o que, de fato, está por trás e motiva a corrupção. Se observarmos apenas a revista Veja, por exemplo, que se coloca como instrumento de combate a corrupção, porém não divulga sua relação promiscua e o quanto tem faturado com o grupo da Editora Abril ante ao governo de São Paulo, com publicações didáticas e a pressão para direcionar editais do governo federal para publicar livros didáticos, que envolvem milhões para a garantia da sobrevivência dos seus negócios, podemos concluir que o objetivo de muitos veículos de comunicação não é o de eliminar a corrupção, mas enfraquecer governos para eleger outros com maiores acessos aos milhões de reais das verbas publicitárias e publicações governamentais. A esquerda tem histórico para levantar a bandeira do combate à corrupção, elevar o Estado brasileiro na categoria de verdadeiramente Republicano e garantir a maior transparência, por diversos meios e garantir a participação da sociedade organizada.  

Aldo Dolberth

Nenhum comentário:

Postar um comentário